tuda

... e por outros lados, outras bandas & outros ares
outros todomundos perguntavam, apesar dos pesares:
e tu, amiga, sabes donde estas a meter tua colher?
e tu dizia, preocupe não, sei o que estou a fazer.

e embora saber sabia, o que prever não podia era onde
tal viagem ia dar, no coração é certo, perto ou longe
do núcleo, o mesmo divisor do que é eterno ou efêmero
que é só a dúvida brotar pra ficar o coração enfermo.

e coisa vai, coisa ia, tudo sempre regado a certa poesia
a tal do dia a dia, que encanta, que enfeitiça e alumia.
e se se vai meio sem rumo, ponto sem nó, fruta sem sumo,
aí é que o bicho pega, a cabra cega e a cobra leva fumo.

e mesmo sem crer em dito popular, maldito ou bendito que seja
entrega-se a alma e tudo mais que nela se carrega, de bandeja
e ao entregar tão valoroso bem a um outro, esse tal de Alguém
vê-se que também se queria que esse Alguém te desse o seu bem

mas se de esperar a gente se cansa, contravontades de amores
então luta-se contra a vontade, a evitar devastações maiores
e parte-se, divide-se, subtrai-se, e sem a devida somatória,
vai-se à procura de algo-alguém pr'ajuntar & fazer história.