ao norte do núcleo oco do mundo
eu-mudo-contínuo grito solidão.
do sulco púrpuro não-raso não-fundo
não-puro não-imundo corto coração.
mas não há de ser nada não, afinal,
cada qual com a sua própria mesura.
pior que sangrar é sangrar em vão,
já que na sangria ganha-se a cura.
(pura retórica - não passa de palavras,
embora educadas pela pedra, lavra-lavra
pois chamie-me do que bem deixa-vier...
meus campos pignatários hão de florescer)
amanhece diferente este dia, como sempre
eventualmente o primeiro dia do meu ano.
no fundo eu só queria um sonho não-americano
que me desse um sabor de vida & arte...
mas o porta-estandarte do meu próximo amanhã -
o tempo - se achega me trazendo um ramalhete.
no cartão, apenas os dizeres "parabéns para mim"